Buscas constantes por respostas... Indagações proporcionadas pela insatisfação da alma... Sentimentos confusos, insatisfeitos... Valores éticos, morais, espirituais distorcidos, invertidos... 

A PRÓPRIA EXISTÊNCIA CONTURBADA,

com certeza são fatores preponderantes que nos levam constantemente a questionarmos sobre o cerne da verdade. Onde e com quem se encontra a verdade, diante dos fatos e circunstâncias da vida? Como defini-la, de maneira tal, que não haja dúvida, em relação a sua posição, seu direcionamento? Qual o seu significado, diante das limitações do nosso intelecto? Existe uma definição clara, contundente, absoluta, precisa, eficaz a ser imposta para tal adjetivo?... Estamos diante de uma só verdade? Ou será ela relativa, subjetiva, tendo em si uma ambigüidade de valores e representações conforme as nossas conveniências, necessidades?

A vida consiste em um dos maiores testes que redundará na aprovação ou não, quanto a nossa salvação. Constantemente estamos sendo provados, testados, quanto as nossas escolhas, pensamentos e diretrizes; portanto a resultante de todas estas decisões será o reflexo de tudo aquilo que escolhemos realizar, ter e ser, por deliberação própria da nossa vontade, do nosso existir em nossa existência. O que verdadeiramente somos, pensamos, desejamos, temos e fazemos, será revelado neste resultado final. Ou seja… quando expomos o nosso caráter, diante às circunstâncias da vida, nos encontramos nus, expostos para o mundo e a nós mesmos, dando assim, o significado real a identidade do nosso ser. Lembro-me de uma das mais famosas frases de Shakespeare: “Ser ou não ser, eis a questão”, que traduzindo dentro de uma contextualização na Palavra de Deus, se exprime numa das mais puras e verdadeiras realidades em nossas vidas, a qual nos narra: (Gal 6:7) - “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”.  (escarnecer - infinitivo pessoal, verbo transitivo e intransitivo = fazer escárnio, zombar, troçar, ludibriar).

Não podemos e não conseguimos esconder de nós mesmos o que realmente somos, o que pensamos, desejamos, fazemos ainda que seja no oculto dos nossos sentimentos e no desmembrar subjetivo da razão que se externa nos nossos atos. Não podemos, e, ainda mais da presença onisciente de Deus e do Poder ilimitado que sonda corações e mentes pela ação direta do Espírito Santo… que perscruta todo entendimento, todo saber, trazendo à nossa loucura e sabedoria fugaz, a expressão e o significado do que se exprime como: “A Verdade”: JESUS. 

Podemos definir a vida dentro deste contesto de escolhas, como bênção ou maldição… Vitória ou derrota… Salvação ou perdição… O viver na luz ou nas trevas... Servos de Deus ou servos do diabo. Parece, todavia, duras tais afirmações, mas são as maiores realidades diante do exposto pela Palavra, que derruba todo conceito filosófico, pessoal, religioso, ou de qualquer outra natureza, que nos expõem claramente a realidade que a nós é imputada: “Tudo na vida é fruto de uma escolha e somos de igual modo, responsáveis pelas escolhas que fazemos” – Deus criou o homem dotado da capacidade e a oportunidades de fazer escolhas – Se até mesmo os animais, seres irracionais, se prevalecem desta intuição, que os ajuda na organização dos seus bandos, grupos ou mesmo à viverem isolados, tendo o instrumento intuitivo da percepção, como guia em suas formas primitivas de existência e coexistência no reino animal; agora quanto mais nós seres humanos, dotados de inteligência, da percepção natural, do discernimento, criados a imagem e semelhança do Deus vivo – Não o seríamos e somos de fato, capazes de fazermos escolhas e tomarmos decisões corretas? “Foi dado ao homem à habilidade de se levantar através dos seus pontos fortes ou de cair através das evidências das suas fraquezas. Com o entendimento dos nossos pontos fortes e fracos, e nossa submissão aos propósitos de Deus, podemos trazer grande glória a Deus ao exercermos o domínio, através do sangue de Cristo, sobre nossa carne, nosso EU, nossas fraquezas, nosso caráter”.

Para tudo na vida há uma condição expressa, um: porém, todavia, entretanto, um se, uma escolha…

(Deuteronômio 30: 15 a 20): Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, e a morte e o mal; Porquanto te ordeno hoje que ames ao Senhor teu Deus, que andes nos seus caminhos, e que guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, para que vivas, e te multipliques, e o Senhor teu Deus te abençoe na terra a qual entras a possuir. Porém se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido para te inclinares a outros deuses, e os servires, Então eu vos declaro hoje que, certamente, perecereis; não prolongareis os dias na terra a que vais, passando o Jordão, para que, entrando nela, a possuas; Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, Amando ao Senhor teu Deus, dando ouvidos à sua voz, e achegando-te a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; para que fiques na terra que o Senhor jurou a teus pais, a Abraão, a Isaque, e a Jacó, que lhes havia de dar.

(João 15:22 - Se eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado, mas agora não têm desculpa do seu pecado).

Precisamos abandonar os questionamentos que expressam tantas dúvidas, temores, dores, angustias, sofrimentos em nosso ser. São tantos os “porquês que surgem provenientes de fatores existenciais em nossas vidas...” Ainda que saibamos que para tais indagações não há uma resposta direta da parte de Deus, assim mesmo continuamos a indagar… “Porque Senhor… Porque…?”  Devemos dar lugar, ao invés dos “porquês, ao entendimento perceptível dos Propósitos de Deus, que se revelam  no: “para que”…”, mostrando, assim, o significado verdadeiro, o propósito de tudo que acontece à nossa volta: “Para tudo há um propósito estabelecido por Deus e nada foge a esta prerrogativa”.  (Rom 8:28  - E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito). Nada do que acontece em nossas vidas ou ao nosso redor, foge ao controle do Grande “EU SOU”, do Deus que é Poderoso e que tudo pode. 

Precisamos libertar nossa alma, nosso espírito, do cárcere da ineficácia de todo conhecimento humano, que vem traduzir a ignorância de um ser obstinado em si mesmo, em seus próprios conhecimentos e vaidades. A auto-suficiência é um princípio ineficaz para se reger uma vida e ela é, senão, a irmã gêmea do orgulho. Foi sugerido certa feita que é muito mais fácil detectarmos a auto-suficiência e o orgulho em outros do que em nós mesmos… Quantos são os que sobem no Pedestal do Cristianismo da auto-suficiência, da religiosidade, da santidade farisaica – Querem defender a Cristo, sua igreja, sua religiosidade, suas diversas posições, ponderações, considerações, convicções, o status religioso e a convivência social, defender a si mesmos justificando, assim os fins, através do seu EU.  Mas, na verdade se esquecem ou não compreendem o que é o mais importante: O fato de que Jesus, o filho de Deus, o verbo encarnado, se fez e se constitui legalmente o nosso advogado de defesa, em favor de nossas causas impossíveis ou possíveis. Ele morreu para nos justificar de todo pecado, de toda culpa, tomou sobre si nossas dores, as acusações que recaíam sobre nós, as injurias, o desprezo, a infâmia dos homens, morreu pela igreja (Eu e você), levou sobre si e o fez por amor, um amor incondicional, cujo preço foi marcado pelo seu sangue e sobre as suas pisaduras fomos sarados. Fez isto, para que hoje, eu e você, possamos ao invés de darmos lugar a todo este farisaísmo religioso, esta casca cheia de vermes de arrogância e auto-suficiência, déssemos lugar às verdadeiras testemunhas vivas, que professam o bom nome de Cristo em toda a sua maneira piedosa de ser e viver).

O livro de II Timóteo, capítulo 3, nos apresenta uma síntese da classe destes pseudo-s intelectuais, vistos comumente a nossa volta. São amantes de si mesmos, presunçosos em suas escolhas, tornam-se cedo ou mais tarde, perseguidores do evangelho, e recebem assim, a devida punição: “A ignorância”. “Nunca chegarão ao conhecimento da verdade”: 

(II Timóteo 3: 1 a 7) - SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade… Este é o retrato fidelíssimo de muitos que vivem no atual século, dos quais tornam-se parte integrante nas diversas camadas de nossa sociedade, nas igrejas, nos lares, nas famílias… 

Pr. Eduardo Itaborahy